O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome
divulgado, informou que já entrou com um pedido de revogação da prisão ou a
substituição por uma das medidas cautelares previstas no código de processo
penal, e que que ainda não vai se pronunciar sobre o caso, uma vez que o
inquérito só foi fornecido no final da tarde desta segunda-feira (20), portanto
ainda não havia tomado conhecimento completo acerca do fato.
Ainda segundo a defesa, algumas notícias veiculadas
causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que
o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia
plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da
população a favor dele.
“Um inquérito foi aberto após quatro vítimas procurarem a
delegacia para denunciar este profissional. Imediatamente começamos a checar as
informações e conseguimos a prisão preventiva dele, para apurarmos melhor os
fatos. Desde que ele foi detido, outra três mulheres já nos procuraram e
acreditamos que o número de vítimas pode aumentar ainda mais”, afirmou o
delegado responsável pelo caso, Felipe Pontual.
De acordo com o policial, os abusos aconteciam durante as
consultas quando o médico tentava masturbar as pacientes e até mesmo a fazer
sexo com elas. “Essas mulheres que identificamos como vítimas são bastante
novas, com idades entre 18 e 23 anos, e então acreditamos que ele se
aproveitava disso para falar que o que estava fazendo era um procedimento normal
de consulta. Em uma das situações ele teria chegado a tirar o órgão sexual para
fora e tentou fazer sexo com uma dessas mulheres”, contou o delegado,
acrescentando que o ginecologista também não permitia a entrada de enfermeiros
e acompanhantes durante as consultas.
Crime
Diante dos fatos, o médico deverá responder pelo crime de
“Violação sexual mediante fraude”, previsto no artigo 215 do Código Penal
Brasileiro. “É importante dizer que outras vítimas vejam e possam procurar a
polícia também. A prática que ele fez é criminosa e temos provas testemunhais
muito contundentes”, disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, em seu primeiro depoimento, o
médico se mostrou surpreso com a prisão e negou os abusos. Na cidade, ele
trabalhava em uma clínica própria e também em um hospital da cidade. A
reportagem procurou a direção da unidade para se pronunciar sobre o assunto,
mas ainda não obteve resposta.
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